Não é preciso interpretar o sexo, há apenas que gozá-lo.
Sentir que o sexo não se confina à simples e natural penetração. Cada centímetro de pele participa, percebe e reage; a boca e as mãos, os olhos, o umbigo e os músculos, os seios e os glúteos formam novos relevos em que a sensibilidade proporciona sensações infinitas.
Partir à descoberta dos recantos desse território significa sobrevoar novas experiências. Submergir dos mistérios do prazer e da ternura; ultrapassar as formas conhecidas do sexo respondendo à chamada interior do desejo; percorrer sem vergonha os enigmas da sedução.
Os preconceitos e tabus fazem parte de cada cultura. São formas de repressão que passam de geração em geração através da educação, da repetição e da imposição inquestionada.
O sexo é o tabu.
Os pudores, moralidades, as restrições éticas e sociais tendem a impedir que se goze o prazer do sexo com total liberdade e amplitude da sexualidade de cada um.
A busca do prazer tem de ser livre.
Descobri que não existem códigos fixos, as regras são flexíveis. Derrubam-se os muros do medo e da culpa, dos escrúpulos e da timidez.
Tenho então a liberdade para marcar as minhas próprias fronteiras da luxúria e de as ultrapassar com o único objectivo de alcançar o mais alto nível de satisfação.
Sexo e prazer significam uma sucessão de diversas etapas esbatidas que se misturam entre si para que se acenda a excitação.
Desfruto de todas essas etapas como portadoras do prazer até alcançar o seu ponto mais alto, porque o sexo é, antes de tudo, harmonia dos corpos.
Com uma investida profunda e selvaticamente animal reavivas o meu ardor.
O teu pénis submerge-se como uma estocada e faz vibrar todos os meus sentidos, enches-me por completo até que o meu corpo se adapta ao membro pulsante que vibra no meu interior.
O objectivo é um só. Alcançar o máximo grau de prazer.
Acumulo carícias, beijos, penetrações, palavras e gestos.
O corpo muda. Transforma-se e cresce em mim a necessidade de chegar ao instante mais ardente.
Cada passo conduz à erecção mais vibrante, sinal da tua disposição para alcançar o cume desejado. E a cada passo aumenta a necessidade de que me conduzas ao rebentar da satisfação.
Orgasmo é a palavra-chave. Sinónimo de prazer sublime, transbordar violento da paixão acumulada, que me liberta e deixa atrás de si uma lentidão satisfeita que me transporta o corpo e a mente, vivo da libido numa descarga feroz que paralisa o meu corpo num arrepio saboroso.
As sensações que actuam como provocadoras da mente e do corpo têm nos sentidos o seu canal mais fiel.
E agora?
O tacto exercido já não exclusivamente pelos meus dedos, mas por outras partes do corpo treinadas para reconhecer a textura do prazer, como a ponta da minha língua sobre ti conduzem à perturbadora sensação da atracção.
Quando os sentidos dão o alarme e o prazer se instala na minha mente a respiração agita-se, o coração bate mais rápido e a paixão inflama o meu corpo.
Os meus seios incham levemente, os mamilos tornan-se mais duros e surgem as primeiras gotas de suor. O meu ser responde às primeiras carícias, com o deslizar dos teus dedos num roçar provocador onde vais sentindo o meu prazer cada vez mais húmido.
A mente abstrai-se da realidade e concentra-se só no estímulo sexual que atrai totalmente a minha atenção, que me fascina.
Continuas, a excitação aumenta, o clítoris retrai-se e eu alcanço a plataforma orgásmica.
A temperatura aumenta, a respiração acelera-se ao máximo e é nesse instante, quando os músculos se contraem como rochas que se dá a libertação do orgasmo
E é aí nesse império que o prazer supremo invade todo o meu corpo.